Olá, meus queridos
amigos. Tudo bem com vocês? Estamos nessa série de estudos acerca da
demonologia. É preciso nos aprofundarmos em nossa fé e em nossa espiritualidade
a fim de chegarmos aos altares do Senhor, mediante a graça d’Ele. Para
aprofundarmos a fé que professamos é de fundamental importância não somente
nossa oração, mas também nossos estudos. E como parte dos nossos estudos,
faz-se necessário aprendermos mais a respeito da vida dos santos e o modelo
deixado por meio de suas vidas e ações para conseguirmos trilhar o caminho da
santidade, tudo mediante a misericórdia do Senhor que se renova a cada manhã
(Lamentações 3,23). Nesse aspecto, o estudo sobre o demônio e suas artimanhas
não é proposto aqui com o a intenção de assustar. Pelo contrário, é necessário
conhecer o inimigo, sua forma de agir e sua astúcia maléfica para que possamos
nos livrar dele. Afinal de contas, desejamos o bem, aspiramos as coisas do alto
e temos os olhos fixos no Senhor para irmos além de onde estamos, irmos nas
asas do Senhor (Isaías 40, 31).
Iniciamos o nosso estudo
através da explanação sobre o demônio, sua existência e suas ações diabólicas
(ou sejam, ações que separam, que dividem). Você pode relembrar esse texto
clicando nesse link: https://goo.gl/K4hLfX
Posteriormente, estudamos
a respeito do combate frequente em nossa vida entre o bem e mal, combate
espiritual o qual travamos todos os dias contra ações não-divinas. Mais ainda,
estudamos, segundo a exortação do apóstolo São Paulo, quais são as
recomendações para adentrarmos a batalha espiritual de modo correto, portando a
armadura da fé. Este segundo texto encontra-se disponível nesse link: https://goo.gl/HksF5e
Já o terceiro texto dá
início às nossas seções de estudos com base na vida de santos que enfrentaram,
até mesmo fisicamente, o demônio e que sobreviveram gozando da graça de Deus e
chegando à santidade. Lemos a história de São Padre Pio e a forma como
enfrentou o demônio (https://goo.gl/6vCTBG),
a história de Santa Teresa D’Ávila que teve a oportunidade de viver uma série
de experiências místicas e espirituais mas que se entregou de maneira profunda
à oração e ainda nos ensinou a rezar (https://goo.gl/rsLVxp),
e lemos ainda sobre a mulher guerreira agraciada por Deus que foi Santa Gemma
Galgani, a qual viveu as tormentas do demônio mas que experimentou, novamente,
a ação salvadora de Jesus (https://goo.gl/nyii1T).
Hoje, continuando com
nossos estudos, iremos conhecer um pouco mais a respeito da vida de São João
Maria Vianney e de como o diabo tentou lhe atacar de diversas formas, mas como
este grande santo, conhecido como São Cura D’Ars, conseguiu vencer as ciladas
do inimigo e hoje contempla Deus face-a-face, em sua plenitude. Este santo
nasceu na França, no ano de 1786. Ou seja, nasceu numa época da Revolução
Francesa, tendo sofrido as repercussões causadas pela Revolução. Ele começou
sua vida religiosa diante de uma situação conflitante no qual diversos
sacerdotes eram mortos e perseguidos por parte dos soldados franceses, à mando
de Napoleão, uma vez que era necessário que os padres fizessem voto de
obediência ao Império Francês. Aqueles padres que declaravam fidelidade à Roma,
eram mortos. Portanto, São João Maria viu de perto à coragem necessária e a
força destemida necessárias para seguir à Cristo Jesus.
Era filho de família
simples e bem religiosa. Desde pequeno era notória sua piedade. Dizia que
aprendeu a amar Nossa Senhora antes mesmo de conhece-La, sendo que uma vez sua
mãe lhe deu uma pequena imagem de Nossa Senhora e João Maria a guardava com
grande zelo e amor.
Possuía grande vida
penitencial e mediante à graça de Deus conseguiu chegar à ordenação sacerdotal,
uma vez que não conseguia acompanhar as exigências intelectuais da época, tal
como Latim, Filosofia e Teologia. Embora de mente rude (fato é que começou a
ler somente com 18 anos) era de uma vida espiritual elevada e tinha uma alma
piedosa e temente à Deus.
É conhecido como
padroeiro dos sacerdotes e, além disso, é conhecido até hoje por ser um
excelente confessor durante sua vida. Sua fama de confessor era tão grande que
vinha gente de toda parte a fim de se confessar com São João Maria Vianney. Devido
à sua entrega à oração, estudo atento à Palavra de Deus e escuta à voz do
Senhor, São João Maria aconselhava as pessoas durante suas confissões, muitas
das quais se convertiam e decidiam entregar sua vida ao Senhor e abandonar a
vida pecaminosa. São Cura D’Ars chegava a ficar 16 horas no confessionário
atendendo o povo de Deus. Sua fama de confessor e conselheiro espalhava cada
vez mais, atraindo grande número de fiéis.
Devido sua contribuição
para a salvação de tantas almas, o Diabo procurava atacar-lhe, tentando, de
todo e qualquer modo, desvirtuar São Cura D’Ars do caminho da santidade. Por
cerca de 35 anos Satanás se opunha à vida desse santo, por meio de ações e
tentações, chegando até mesmo ao embate físico contra o demônio. Sim. Você não
leu errado. Foram 35 ANOS aguentando as tentações do Inimigo.
Conhecia tão bem as
ciladas do Inimigo e suas ações que agia tranquilamente diante das tentativas
frustradas de Satanás para abalar sua fé e desvirtuar o trabalho do padre.
Chegou até mesmo a apelidar o diabo de Tridente e de Resmungão.
Certa vez, a irmã de João
Maria VIanney estava passando a noite na casa do padre, quando, no meio da
noite, acordou assustada com o barulho de batidas na parede e na mesa. Ela saiu
correndo, desesperada, à procura de São João que estava atendendo confissões
ainda tarde da noite. João Maria, pacientemente, lhe disse: “Minha filha, não temas:
é o resmungão. Ele não pode machucar-te. Ele me procura da maneira mais
atormentadora possível. As vezes agarra os meus pés e me arrasta pelo quarto.
Ele faz isto, porque eu converto muitas almas para o bom Deus”.
Durante a noite, São Cura
D’Ars chegava a ser arrastado pelo próprio diabo para fora de sua cama, sendo
muitas vezes impedido de dormir durante à noite. O demônio lhe atacava ainda
provocando barulhos ensurdecedores, provocando ruídos durante horas como
cristais agudos, assobios e até relinchos.
Os barulhos à noite eram
aterrorizantes. Diversas vezes o diabo lhe atacara promovendo sons de pesados
móveis se arrastando, cadeiras caindo, ursos grunhindo, lobos uivando, sentia
como se fossem ratos passando pelo seu corpo, enxame de abelhas vindo em sua
direção, morcegos voando pelos cantos, ovelhas passando por sobre o quarto,
cavalos passando pelo refeitório com as ferraduras fazendo barulhos, etc.
Conta-se que certa vez o
demônio estava à espreita na janela de São João Maria e gritava a fim de lhe
perturbar. O propósito do diabo era impedir que o sacerdote dormisse para que
não pudesse, no dia seguinte, presidiar a Santa Missa e atender confissões.
Desse modo, se o santo não conseguisse dormir, não conseguiria salvar as almas
das garras do inimigo.
Durante as noites, o Cura
D’Ars ouvia rasgar as cortinas de sua cama. No início, pensou de imediato que
eram ratos. Porém, quando amanhecia via que não existiam ratos naquele local e
que as cortinas estavam intactas. Logo percebeu que se tratava de uma ação do
diabo.
Cura D’Ars, no início, ainda
não entendia as ações de Satanás. Receoso que os barulhos que ouvia durante a
noite pudessem ser de ladrões, chamou André Verchere para ajudar a vigiar a
casa. André, que entrou na casa de São João Maria acompanhado de um fuzil e uma
caixa de bala relata: “Altas horas da noite ouvi sacudir violentamente o
ferrolho e a tranca da porta de entrada. Simultaneamente contra a mesma porta
ressoavam fortes pancadas, enquanto a casa se enchia de um ruído atordoador como
de vários carros. De um salto da cama peguei o fuzil e abri a janela com
violência. Olhei para o pátio e a entrada e não vi nada. Então a casa
estremeceu durante 25 minutos aproximadamente. Fiquei apavorado. Confesso que
minhas pernas tremeram sem parar e disto me ressenti durante oito dias. Quando
o estrépito começou, o senhor Cura acendeu uma lâmpada e veio ter comigo, a
casa estremecia como se a terra embaixo se movimentasse. Ele me perguntou:
”tens medo”? “Respondi que não, mas que minhas pernas estavam tremendo muito.
Perguntei: O que o senhor pensa que seja isto? Ele me respondeu: “Provavelmente
é obra do diabo”.
O São Cura D’Ars agora
sabia que nem fuzis e nem armas humanas poderiam lhe ajudar nesse embate. Não
eram ações humanas, mas a ação inimiga por meio do diabo que teimava em lhe
atacar.
Porém, São João Maria
Vianney viveu uma vida de graça e santidade. Enfrentou o demônio com
perseverança e não deixou ter sua fé abalada.
Em outra ocasião, quando
o Cura D’Ars estava se preparando para presidir a Santa Missa, um homem veio
lhe dizer que seu quarto estava pegando fogo. No entanto, de modo paciente, São
João Maria lhe respondeu: “O Resmungão está furioso. Quando não consegue pegar
o pássaro, ele queima a sua gaiola”.
De modo calmo e
tranquilo, João Maria entregou a chave de seu quarto para o homem e pediu para
chamar outros para que lhe ajudasse a apagar o fogo enquanto se preparava para
a Missa. Ele sabia que o objetivo de Satanás era impedir que a missa pudesse
ser celebrada. No entanto, as tentativas do Inimigo foram em vão, uma vez que a
força do alto venceu, mais uma vez.
Conta-se ainda que a
piedade divina de São João Maria Vianney e sua capacidade de atender as
confissões e aconselhar os fiéis despertou não somente a fama, mas também a
inveja. Homens e mulheres percorriam grandes distâncias com o desejo de se
confessar com o santo. Isso despertou a inveja de um padre que lançou uma
petição pedindo para remover São João Maria de Ars, baseado em sua falta de
estudos. O bispo não aceitou a petição e São Cura d’Ars permaneceu em sua
paróquia. Ou seja, o demônio procura de todas as formas impedir o frutívoro
trabalho de São João Maria, convertendo os fiéis e salvando-os do Inferno,
continuassem. O demônio atacava por todos os lados.
No entanto, São Cura
d’Ars dizia: “O demônio é muito esperto, mas não é forte. Fazer logo o Sinal da
Cruz o afugenta (…) Quando eu fiz o Sinal da Cruz, ele foi embora”. Ele já
havia se habituado com os ataques inimigos, e permanecia fiel à Jesus e
entregue à oração.
Com base no escrito de
Paulo a Coríntios, sabia que haveria de ser tentado, mas não além de suas
forças, uma vez que está escrito: “Deus é fiel e não te permitirá ser tentado
para além de tuas forças” (1 Cor 10,13).
Por volta de meio do ano
de 1840 ocorreu um fato fantástico no confessionário onde estava atendendo São
João Maria Vianney. Uma mulher se aproximou para confessar, vinda da cidade de
Puy-em-Velay, próxima de Ars. Com uma voz estranha, eis que a mulher disse: “Só
cometi um pecado, e faço participante dele, todos que quiserem. Vamos, levanta
a mão e me absolve. Tu a levantas para qualquer um, pois frequentemente estava
junto de ti no confessionário e vi. Vamos”. Eis que o Cura D’Ars perguntou: “Quem
é você”? Respondeu dizendo: “Magister Caput” (Mestre Cabeça, quer dizer, um
chefe). O padre lhe disse então: “Ah! Sapo negro (a cor da batina do Padre),
quanto me fazes sofrer. Sempre dizes que vai embora para outro lugar, por que
não vai de uma vez? Há outros sapos negros que me fazem sofrer menos do que tu.
Vou escrever ao Monsenhor para que te faça sair”. Disse o demônio retrucando:
“Sim, mas eu farei que fique tremula a tua mão para que não possa escrever”
O demônio ainda continuou
dizendo: “Eu te possuirei. Tenho ganhado a outros mais fortes do que tu. Ainda
não está morto. Se não fosse esta... (Nesse instante, refere-se à Virgem Maria
com palavra repugnante e grossa) que está aqui em cima, já te possuiria. Mas
Ela te protege com este “grande dragão” (referindo-se a São Miguel Arcanjo) que
está à porta da Igreja. Dize-me por que te levantas tão cedo? Desobedeces ao
“veste roxa” (referente ao Bispo Diocesano). Por que pregas com tanta
simplicidade? Por isso é considerado um ignorante. Por que não pregas
pomposamente, como se faz nas cidades”? Nesse momento, o sacerdote Padre
Vianney interrompeu, invocando a presença de Jesus, expulsando o demônio no
corpo daquela mulher, sendo, posteriormente, amparada pelas pessoas que estavam
presentes. Eram em torno de 10 pessoas que estavam esperando para se
confessarem, entres elas Maria Boyat e Genoveva Filliat, presenciaram e ouviram
este impressionante acontecimento.
As tentações do diabo
foram diminuindo com o passar do tempo, e conforme também, o sacerdote Vianney
ia envelhecendo. Pouco a pouco, a luta foi diminuindo, permitindo que São João
Maria encontrasse paz em sua alma. A partir de 1855 até sua morte, que ocorreu
em 4 de agosto de 1859, o Cura D’Ars não foi mais importunado pelo demônio
durante as noites. No momento de sua morte o demônio não lhe atacou, permitindo
uma morte serena aos 73 anos de idade.
São João Maria Vianney
tem muito a nos ensinar! MUITO! Sofreu durante 35 anos! Foi tentado, atacado e
permaneceu fiel! Foi fiel até o final. Sofreu pacientemente, nunca reclamou,
nunca indagou à Deus. Pelo contrário. Foi sempre fiel. E ainda tratava com BOM
HUMOR as ciladas do Inimigo. Certa vez chegou a dizer: “O Grappin (apelido dado
do demônio) tem voz muito feia”. Era
dedicado ao seu trabalho, embora todos o achasse limitado intelectualmente.
Dizia ele que o nosso fardo era pesado, mas que quem ajudava a carregar era o
Senhor. Segundo o Santo: “A única felicidade que temos na terra é a de amar a
Deus e saber que Ele nos ama”.
Sejamos felizes, sem
reclamar, pois, Deus nos ama! E nós amamos a Deus. E isso nos basta. Não somos
sofremos sequer 1% dos sofrimentos enfrentados por São João Maria Vianney e
achamos nossa vida sofrida. São Cura D’Ars enfrentou o vilão sem sucumbir às
suas ciladas por 35 anos! Na primeira oportunidade de pecar nós vamos e
pecamos, caímos. Sejamos fiéis. Firmes!
Wesley
Fernandes Fonseca – Minions Católicos
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