“A caridade é paciente, a caridade é benigna; não é invejosa, não é
altiva nem orgulhosa; não é inconveniente, não procura o próprio interesse, não
se imita, não guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas
alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”
(1Cor 13, 4-7)
Olá, meus irmãos! Há
alguns dias nós estamos falando sobre as virtudes aqui em nosso blog e hoje nós
iremos falar sobre a maior de todas as virtudes teologais: a caridade (cf. 1Cor
13, 13). Mas, o que vem a ser a caridade e como fazer para exercitá-la?
De acordo com o Catecismo
da Igreja Católica (CIC), “a caridade é a
virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo, e
ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus” (CIC §1822). Ou seja,
caridade é o amor na sua forma mais pura, é o amor autêntico. É o amor que
aprendemos de Cristo e que devemos exercitar, colocar em prática. “É este o meu mandamento: que vos ameis uns
aos outros, como Eu vos amei” (Jo 15, 12).
“Não
há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amigos. Assim fez Cristo na
cruz. E se Ele deu a vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal
que tenhamos de sofrer por Ele” (São Tomás de Aquino, em
“Collatio 6 super Credo in Deum”).
O amor é exigente e
sempre faz com que busquemos a perfeição. Faz com que a alma aja de forma
virtuosa e perfeita, pois “quem permanece
no amor (caridade), permanece em Deus, e Deus nele” (1Jo 4, 16). Quando
busca essa perfeição, o amante é capaz de coisas grandes e difíceis pelo amado,
como observar os mandamentos divinos: “se
alguém me ama, guarda a minha palavra” (Jo 14,23). São João Paulo II, na
Encíclica Veritatis Splendor diz que “quem
vive ‘segundo a carne’ sente a lei de Deus como um peso, mais, como uma negação
ou, pelo menos, uma restrição da própria liberdade. Ao contrário, quem é
animado pelo amor e ‘caminha segundo o Espírito’ (Gál 5, 16) e deseja servir os
outros, encontra na lei de Deus o caminho fundamental e necessário para
praticar o amor, livremente escolhido e vivido" (VS, 18).
Além disso, a caridade
faz com que as adversidades ou dificuldades pareçam suaves, tornando a pessoa
ainda mais fortalecida na fé, pois “todas
as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8, 28).
E como exercitar a
caridade? Não adianta fazermos boas obras se não fazemos por amor a Deus, pois
sem o amor se reduz a mera filantropia. Santo Agostinho disse que: “A finalidade de todas as nossas obras é o
amor. Este é o fim, é para alcançá-lo que corremos, é para ele que corremos;
uma vez chegados, é nele que repousaremos”.
Santa Teresinha nos
ensina que para amar só temos o hoje. Em seu poema “Meu canto de hoje”, ela nos
relembra que só temos “o momento presente” para amar a Deus, e nada mais! É
como diz a canção de Thiago Brado: “pois não sabemos quanto tempo temos para
respirar”. Não devemos amar por medo ou como quem busca recompensa, mas como
filhos de Deus que respondem ao amor d’Aquele “que nos amou primeiro” (1 Jo 4,19).
Deixei aqui embaixo para
vocês o poema de Santa Teresinha. Façam dele a vossa oração. No próximo sábado
teremos uma análise lindíssima sobre ele. Acredito que irá acrescentar bastante
para vocês no exercício desta virtude. Não percam!
“Minha vida é um instante, um rápido segundo,
Um dia só que passa e amanhã estará ausente;
Só tenho, para amar-Te, ó meu Deus, neste mundo,
O momento presente!..."
“Como Te amo, Jesus! Por Ti minha alma anseia;
Sejas meu doce apoio por um dia somente.
Reina em meu coração: Teu sorriso incendeia
Agora, no presente!"
“Que me importa, Senhor, se no futuro há sombra?
Rezar pelo amanhã? Minha alma não consente!
Guarda meu coração puro! Cobre-me com tua sombra
Agora, no presente!"
“Se penso no amanhã, temo ser inconstante,
Vejo nascer em meu coração a tristeza e o enfado.
Eu quero, Deus meu, o sofrimento, a prova torturante
Agora, no presente!"
“Devo ver-te em breve na praia eterna,
Ó Piloto Divino, cuja mão me conduz.
Sobre as vagas em fúria, guia minha navezinha
Agora, no presente."
“Ah! Deixa-me, Senhor, em tua Face esconder-me.
Para não ouvir o mundo a clamar futilmente.
Dá-me Teu amor, conserva-me tua graça
Agora, no presente."
“Junto ao Teu Coração divino, esqueço o que se passa,
Não temo mais a noite em ameaça.
Dá-me em Teu Coração, Jesus, um lugar,
Agora, no presente."
“Pão vivo, Pão do Céu, divina Eucaristia,
Ó mistério sagrado! que o Amor produziu…
Vem morar no meu coração, minha branca Hóstia,
Agora, no presente."
“Digna-Te unir-me a Ti, Vinhedo Consagrado,
Para que meu ramo assim, com frutos, se apresente
E eu vou Te oferecer algum cacho dourado, Senhor,
Agora, no presente."
“Esse cacho de amor, cujos grãos são as almas…
Só tenho para formá-lo este dia que foge.
Ah! Dá-me, Jesus, de um Apóstolo o ardor,
Agora, no presente."
“Virgem Imaculada, tu és minha Doce Estrela.
Que me dás Jesus e a Ele me unes;
Deixa-me, terna Mãe, repousas sob teu véu
Agora, no presente."
“Anjo da minha guarda, cobre-me com tuas asas,
Clareia com teus fogos a estrada que sigo;
Vem dirigir meu passo e auxiliar-me, te peço,
Agora, no presente."
“Quero ver-Te sem véu, Senhor! Sem nuvem,
Sua, ainda exilada, longe de ti, languesço.
Não me escondas, meu Deus, Tua amável Face
Agora, no presente."
“Já voarei ao céu para que aí profira
Meus louvores a Ti, no dia sem poente,
Quando, então, cantarei em angélica lira
O Eterno presente!..."
(Meu canto de hoje - Santa
Teresinha do Menino Jesus)
Que Deus nos abençoe e
nos conduza nesse caminho em busca da perfeição!
(Mariana
Neves – Minions Católicos)
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