A mortificação como um meio para subir ao céu

“Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto”. (Jo 12,24)
Boa tarde irmãos e irmãs! A paz de Cristo e o amor de Maria! 1ª sexta-feira da Quaresma e o que esse tempo nos lembra? É um tempo de recolhimento, oração e penitência, não é mesmo? Porém essa penitência deve carregar consigo a mortificação da nossa carne, dos nossos sentidos, para que haja a lembrança de que o centro da nossa vida é Deus.
Mas o que é a mortificação em si? O site Aleteia no diz: Para se realizar objetivos, independentemente da motivação originária, é indispensável o esforço pessoal, uma vida pautada pela disciplina. A mortificação, em sentido amplo, é isso: luta de morte a tudo aquilo que obstrui a obtenção de um ideal, que atrapalha a consecução de uma meta. Por essa razão a mortificação é parte integrante da educação humana.[1]
 O Catecismo da Igreja Católica explica o seguinte: “O caminho desta perfeição passa pela cruz. Não há santidade sem renúncia e combate espiritual (70). O progresso espiritual implica a ascese e a mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças:’ Aquele que sobe, nunca mais pára de ir de princípio em princípio, por princípios que não têm fim. Aquele que sobe nunca mais deixa de desejar aquilo que já conhece.’”[2]
Para complementar, a  New Catholic Encyclopedia (2003) define a mortificação a seguinte maneira: “Mortificação: submeter deliberadamente os impulsos naturais do homem com vista ao domínio progressivo desses impulsos à razão esclarecida pela Fé e para os transformar em sujeitos de santificação. Jesus Cristo pedia esta renúncia a quem queria segui-l’O (Lc 9, 29).[3]
A mortificação tem o objetivo de lembrar-nos do pecado e o mal que ele nos causa, para que dessa forma possamos resistir a ele, e assim não caminharmos ao pecado grave. O jejum e a abstinência que nos são prescritos pela igreja na Quarta-feira de Cinzas que acabamos de viver, é por exemplo uma forma de mortificação.
Ou seja, a mortificação é um meio de nos levar ao céu, pois ajuda-nos a lembrar que o pecado está ali, mas podemos passar por ele sem nos sujar. Podemos dizer que é a conversão diária. Na mortificação matamos o “homem velho” para vivermos o “homem novo” que utiliza-se das verdades do Evangelho para construir sua nova vida
O padre Paulo Ricardo comenta que muitas vezes a ideia que se têm do Cristianismo é que seja algo vivido sem sofrimento, sem penitências, e não se fala mais na renuncia de si mesmo e tomar a própria cruz. Logicamente, não é necessário fazer coisas que coloquem sua vida em risco, longe disso, não é isso que Deus quer de você, mas pequenos sacrifícios diários nos ensinaram a renunciar o pecado. Atualmente, como dissemos antes, estamos no tempo da Quaresma, você não pensou em uma penitência para ser realizada? Então, por que não fazer isso em outras épocas do ano (sem contar com a Quarema de São Miguel)?
Aconselho-te querido irmão e irmã, e aconselho a mim também, que busquemos pequenas penitências a serem realizadas, a fim de educarmo-nos e assim vivermos realmente as verdades do Evangelho. Que o “homem velho” seja deixado para trás, e o “homem novo” seja vivido diariamente.
“O que devemos ver nestas formas de penitência ­ – às quais, infelizmente, o nosso tempo não está acostumado – são os motivos: o amor de Deus e a conversão dos pecadores.” São João Paulo II, Carta aos Sacerdotes na Quinta Feira Santa, no. 11, March 16, 1986.
Abraços,
Amanda Batista – Minions Católicos


[1] https://pt.aleteia.org/2014/03/31/mortificacao-uma-pratica-da-idade-media-hoje-superada/
[2] http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p3s1cap3_1949-2051_po.html
[3] http://opusdei.pt/pt-pt/article/o-opus-dei-e-a-mortificacao-corporal/

Comentários