Creio em Deus Pai
todo-poderoso, criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho,
Nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem
Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado morto e sepultado; desceu à
mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à
direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os
mortos; creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos
santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.
Esse é um resumo da
liturgia de hoje, você acabou de ler a nossa profissão de fé como católicos. Fazemos
isso diariamente em nossas orações e também durante a Santa Missa. Recitamos
essa oração porque acreditamos na verdade de cada uma dessas palavras e é por
isso que hoje celebramos o ápice da nossa fé, hoje é Sexta-Feira Santa, Paixão
do Nosso Senhor Jesus Cristo.
A narrativa da Paixão
se inicia no lugar em que Jesus costumava se encontrar com seus discípulos, ali
mesmo acontece a grande traição. Quando os guardas se aproximam, sabendo Jesus
o que iria passar a sua decisão não é de fugir ou se esconder, mas sim de ir ao
encontro daqueles que o levariam até o Calvário para padecer das mais terríveis
dores.
Jesus Cristo verdadeiro
Deus e verdadeiro homem, se assemelhou a nós em tudo, exceto no pecado, e por
se fazer homem padeceu em sua carne. E tendo
amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim (Jo 13, 1) e se
entregou na cruz. Um dos hinos da liturgia das horas desta semana trouxe uma
linda expressão do amor de Deus: “O
Criador teve pena do primitivo casal, que foi ferido de morte, comendo o fruto
fatal, e marcou logo outra árvore, para curar-nos do mal. Tal ordem foi exigida
na obra da salvação: cai o inimigo no laço de sua própria invenção. Do próprio
lenho da morte Deus fez nascer redenção. ” Assim faz o Senhor, Ele faz
brotar a vida de onde parecia só restar a morte. Jesus morreu na Cruz e
ressuscitou, na Cruz ele nos deu a vida em plenitude inclusive nos entregando
uma Santa Mãe! Por Adão e Eva o pecado original, por Jesus e Maria, a arca da
Nova e Eterna Aliança!
Nós somos os discípulos
amados assim como João, que esteve aos pés da Cruz. Mas será que estamos correspondendo
a tão grande honra? Aos pés da cruz recebemos uma Mãe, uma grande intercessora,
que depois de Jesus, foi o maior ser humano que pisou essa Terra! Ela foi quem
o entregou seus traços físicos, o gerou em seu santo ventre, cuidou em cada
necessidade e o educou. Se nos abandonarmos Àquele que nos amou primeiro,
através dela, de nossa Mãe Maria aprendendo com ela a ser obedientes aos
desígnios do Senhor encontraremos a paz e a verdadeira felicidade!
Precisamos, neste tempo,
nos colocarmos com Maria no Calvário, diante do nosso Salvador e aprender d´Ele a
sabedoria da Cruz. Longe das amarras modernas de uma vida regada ao prazer e
aos instantes de alegria fugaz, nossa missão é aprender que a felicidade passa
por sacrifícios. Crer que um Deus tão grande e poderoso, que se entrega como
escravo num gesto tremendo, numa entrega absolutamente perfeita e dilacerante
para redimir toda a humanidade, faz isso porque ama a cada um de nós! “A linguagem da Cruz é loucura para os que se
perdem, mas, para o que se salvam, é uma força divina (...). Os judeus pedem
milagres, os gregos reclamam sabedoria, mas nós pregamos Cristo crucificado,
escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas para os eleitos, quer
judeus quer gregos, é força de Deus e sabedoria de Deus” ( I Cor 1, 18.22-25).
Os ensinamentos
deixados por Jesus não foram simplesmente palavras abandonadas, elas foram
fundamentadas na Sua própria vivencia pública. Todas as bem aventuranças Ele
praticou. Ao nos deixar o ensinamento de perdoar 70x7 já havia perdoado todos
os pecados da humanidade e na cruz nos redimiu de todos eles. E tendo deixado o
mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos,
Jesus amou profundamente e em tudo foi obediente a Deus. Quando enfraquecido
pelo pavor no monte das Oliveiras o seu clamor era com dois pedidos: que Deus
afastasse d´Ele aquele cálice de sofrimento, mas que fosse feita a vontade do
Pai, e assim aconteceu quando se entregou. E no ápice de amor por nós se
entregou na Cruz, dando a sua própria vida.
Tantas vezes você já
deve ter lido, ouvido e visto a história de nossa salvação, principalmente
nesta época do ano, mas gostaria de te fazer um convite: viva a Paixão do nosso
Senhor em toda Missa que tenha a oportunidade de ir, pois ali está
verdadeiramente presente o sacrifício, o Cordeiro que é por nós imolado. Quando
o sacerdote vai ao altar é Jesus indo ao Monte das Oliveiras, quando o
sacerdote vai ao meio do altar e entoa o Kyrie, Jesus é levado a Caifás e
negado por Pedro, quando o sacerdote consagra o pão e o vinho, Jesus é pregado
na Cruz e quando o sacerdote levanta a hóstia consagrada é Jesus sendo levantado
na Cruz, eis que o sacrifício perfeito se realiza.
Para amar cada vez mais
a Deus é preciso deixar-se envolver pelo mistério da Paixão, nisto inúmeros
santos da nossa igreja nos auxiliam, entre eles estão São Josemaria Escrivá,
São Paulo da Cruz, São Paulo Apóstolo, São Boaventura, Santo Afonso de Ligório,
Santo Agostinho, Santa Gemma Galgani, São Francisco de Assis, entre outros, que
eles possam interceder por nós para que nos tornemos cada vez mais imitadores
de Cristo, louvando e bendizendo seu Santo nome!
“Vitória, Tu reinarás, Ó Cruz tu
nos salvarás!”
Deise Lima – Minions Católicos
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