Anúncio da Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo Jo 18,1-19,42



Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos; creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.
Esse é um resumo da liturgia de hoje, você acabou de ler a nossa profissão de fé como católicos. Fazemos isso diariamente em nossas orações e também durante a Santa Missa. Recitamos essa oração porque acreditamos na verdade de cada uma dessas palavras e é por isso que hoje celebramos o ápice da nossa fé, hoje é Sexta-Feira Santa, Paixão do Nosso Senhor Jesus Cristo.
A narrativa da Paixão se inicia no lugar em que Jesus costumava se encontrar com seus discípulos, ali mesmo acontece a grande traição. Quando os guardas se aproximam, sabendo Jesus o que iria passar a sua decisão não é de fugir ou se esconder, mas sim de ir ao encontro daqueles que o levariam até o Calvário para padecer das mais terríveis dores.
Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, se assemelhou a nós em tudo, exceto no pecado, e por se fazer homem padeceu em sua carne. E tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim (Jo 13, 1) e se entregou na cruz. Um dos hinos da liturgia das horas desta semana trouxe uma linda expressão do amor de Deus: “O Criador teve pena do primitivo casal, que foi ferido de morte, comendo o fruto fatal, e marcou logo outra árvore, para curar-nos do mal. Tal ordem foi exigida na obra da salvação: cai o inimigo no laço de sua própria invenção. Do próprio lenho da morte Deus fez nascer redenção. ” Assim faz o Senhor, Ele faz brotar a vida de onde parecia só restar a morte. Jesus morreu na Cruz e ressuscitou, na Cruz ele nos deu a vida em plenitude inclusive nos entregando uma Santa Mãe! Por Adão e Eva o pecado original, por Jesus e Maria, a arca da Nova e Eterna Aliança!
Nós somos os discípulos amados assim como João, que esteve aos pés da Cruz. Mas será que estamos correspondendo a tão grande honra? Aos pés da cruz recebemos uma Mãe, uma grande intercessora, que depois de Jesus, foi o maior ser humano que pisou essa Terra! Ela foi quem o entregou seus traços físicos, o gerou em seu santo ventre, cuidou em cada necessidade e o educou. Se nos abandonarmos Àquele que nos amou primeiro, através dela, de nossa Mãe Maria aprendendo com ela a ser obedientes aos desígnios do Senhor encontraremos a paz e a verdadeira felicidade!
Precisamos, neste tempo, nos colocarmos com Maria no Calvário, diante do nosso Salvador e aprender d´Ele a sabedoria da Cruz. Longe das amarras modernas de uma vida regada ao prazer e aos instantes de alegria fugaz, nossa missão é aprender que a felicidade passa por sacrifícios. Crer que um Deus tão grande e poderoso, que se entrega como escravo num gesto tremendo, numa entrega absolutamente perfeita e dilacerante para redimir toda a humanidade, faz isso porque ama a cada um de nós! “A linguagem da Cruz é loucura para os que se perdem, mas, para o que se salvam, é uma força divina (...). Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam sabedoria, mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas para os eleitos, quer judeus quer gregos, é força de Deus e sabedoria de Deus” ( I Cor 1, 18.22-25).
Os ensinamentos deixados por Jesus não foram simplesmente palavras abandonadas, elas foram fundamentadas na Sua própria vivencia pública. Todas as bem aventuranças Ele praticou. Ao nos deixar o ensinamento de perdoar 70x7 já havia perdoado todos os pecados da humanidade e na cruz nos redimiu de todos eles. E tendo deixado o mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, Jesus amou profundamente e em tudo foi obediente a Deus. Quando enfraquecido pelo pavor no monte das Oliveiras o seu clamor era com dois pedidos: que Deus afastasse d´Ele aquele cálice de sofrimento, mas que fosse feita a vontade do Pai, e assim aconteceu quando se entregou. E no ápice de amor por nós se entregou na Cruz, dando a sua própria vida.
Tantas vezes você já deve ter lido, ouvido e visto a história de nossa salvação, principalmente nesta época do ano, mas gostaria de te fazer um convite: viva a Paixão do nosso Senhor em toda Missa que tenha a oportunidade de ir, pois ali está verdadeiramente presente o sacrifício, o Cordeiro que é por nós imolado. Quando o sacerdote vai ao altar é Jesus indo ao Monte das Oliveiras, quando o sacerdote vai ao meio do altar e entoa o Kyrie, Jesus é levado a Caifás e negado por Pedro, quando o sacerdote consagra o pão e o vinho, Jesus é pregado na Cruz e quando o sacerdote levanta a hóstia consagrada é Jesus sendo levantado na Cruz, eis que o sacrifício perfeito se realiza.
Para amar cada vez mais a Deus é preciso deixar-se envolver pelo mistério da Paixão, nisto inúmeros santos da nossa igreja nos auxiliam, entre eles estão São Josemaria Escrivá, São Paulo da Cruz, São Paulo Apóstolo, São Boaventura, Santo Afonso de Ligório, Santo Agostinho, Santa Gemma Galgani, São Francisco de Assis, entre outros, que eles possam interceder por nós para que nos tornemos cada vez mais imitadores de Cristo, louvando e bendizendo seu Santo nome!
“Vitória, Tu reinarás, Ó Cruz tu nos salvarás!”
Deise Lima – Minions Católicos

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