Evangelho - Lc 15, 1-3. 1-32

“Quanto mais deixamos que Deus assuma o controle sobre nós, mais autênticos nos tornamos pois foi Ele quem nos fez.”


O resgate de Deus por seus filhos pecadores está muito bem relacionada ao Evangelho de hoje “Filho Pródigo”. Esse filho ingrato que se distanciou de sua casa.
Porém, antes pediu ao pai a herança que lhe cabia, isso segundo seu egoísmo. Com o dinheiro recebido o mesmo se foi, junto com sua falta de amor e arrogância para uma região distante. Viveu por um tempo gastando seu dinheiro com seus “amigos”, desfrutando de tudo que julgava ser prazeroso.
Mas essa situação foi acabando com seu dinheiro, até que ficou sem nada. E quando isso aconteceu perdeu também seus “amigos”, então começou a procurar um trabalho, para ver se conseguia dinheiro pelo menos para se alimentar.
Foi muito difícil conseguir um trabalho, sendo assim teve que aceitar a complicada tarefa de cuidar de porcos em um chiqueiro, e não conseguia nem sequer comida para se alimentar.
Completamente sozinho, angustiado, numa situação de extrema carência pensou:
‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome.1Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. (Lc 15,17-19)
E foi o que fez, humildemente, sem soberba, admitindo que havia errado ele abandonou aquele chiqueiro e pegou o caminho de volta para sua casa.
Não tinha mais nada consigo para levar de volta, apenas a vergonha de seu ato. Em seu íntimo a culpa o consumia, mas tinha a esperança de ser perdoado.
Foi extremamente difícil esse retorno, pois muitas dúvidas pairavam em sua mente, se questionava se realmente seu pai iria lhe perdoar e aceitá-lo de volta, mas o pai ainda guardava um grande amor por seu filho, e quando o enxergou foi correndo ao seu encontro para abraçá-lo e beijá-lo.
Um lindo encontro, o filho havia recebido o perdão de seu pai, e assim fizeram uma grande festa em comemoração ao retorno desse filho. “Este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado” (Lucas 15:11-24).
Trazendo essa história para nós, podemos notar claramente o maravilhoso amor de Deus por seus filhos. Independente da nossa condição, de quantas vezes também abandonamos o seu lar, o Pai continua nos amando e nos perdoando.
O amor de Deus não tem limites, Ele nos ama mesmo quando não demonstramos amor por Ele, nos perdoa sem cessar, e acima de tudo quer nos salvar, mesmo quando não conseguimos perceber isso.
O amor do Pai por nós é eterno e sem interesse algum. Assim como o pai recebeu com tanto amor o seu filho pródigo, Deus também nos espera de braços abertos com seu amor inexprimível.
E Jesus em sua Divina sabedoria nos relata mais uma lição: O Filho mais velho.
Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo (Lc 15:25-28).
Nos versículos 25 ao 28 nos é apresentado o filho mais velho. Ele jamais esteve longe do pai, porém nunca se aproximou dele, tinha todo amor de seu pai mas nunca o cultivou. Mesmo não saindo de casa se “perdeu” dentro da própria.
Porém mais uma vez o pai vai ao encontro do filho, esse agora que nunca havia saído de perto.
E conosco não é diferente, quantas vezes achamos que estamos na presença de Deus, vamos a missa, participamos de grupos, fazemos jejum, mas, na verdade, estamos longe Dele, e quantas vezes também não desprezamos o amor de Deus?
Assim como o pai citado na parábola Deus faz com seus filhos, independente da condição que esteja, se é longe ou perto mais distante de seu amor, Ele vai ao encontro, porque o Pai jamais desiste de seus filhos.
Queridos irmãos, Jesus apresentou nessa parábola o amor do pai pelos seus filhos para nos mostrar que o amor de Deus por nós é infinito. O que o pai fez na parábola, é o que Deus faz conosco perdoando os nossos pecados. Assim como no Evangelho: Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. (Lc 15,23-24), o Senhor comemora todas as vezes que um filho seu se arrepende do pecado e volta para Ele.

Muito alegre eu te pedi o que era meu parti,
num sonho tão normal. Dissipei meus bens e o coração
também, no fim meu mundo era irreal.
Confiei no teu amor e voltei, sim aqui é meu lugar,
eu gastei teus bens ó pai e te dou este pranto em minhas mãos.
Mil amigos conheci disseram adeus caiu, a solidão
em mim.
Um patrão cruel levou-me a refletir meu pai, não trata um servo assim.
Nem deixaste-me falar da ingratidão, morreu no abraço
o mal que eu fiz. Festa, roupa nova, anel, sandália aos pés.
Voltei a vida, sou feliz.
Confiei no teu amor e voltei, sim aqui é meu lugar,
eu gastei teus bens ó pai e te dou este pranto em minhas mãos.

(Este Pranto - Eugênio Jorge)

(Adriana Martins – Minions Católicos)

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