E aí, meus queridos
amigos. Tudo bem com vocês? Estamos estudando a respeito do amor de Deus. E
tentando entender e viver um pouco melhor esse amor que é tão falado, porém
pouco amado, de fato. O amor de Deus é tão grande, tão magnânimo, tão grandioso
que é difícil para as mentes humanas, com razões limitadas, compreenderem esse
amor. Nós nos questionamos muitas vezes que somos dignos e merecedores de um
amor assim, nos perguntamos se somos capazes de que um Deus seja tão louco de
amor assim por cada um de nós. A cada frase lida à respeito do amor de Deus,
mais eu me convenço que não mereço. Mas o amor não é merecimento. Isso não
seria amor. Amor é espontaneamente livre, amor é doação integral sem olhar
aquilo que volta em retribuição. Porém, ao perceber a grandeza desse amor de
Deus, mais me convenço que devo amar à Ele e aos meus irmãos mais e mais.
Quando os outros me ferem, devo aí amar e mais, pois isso é cristão. Quando sou
perseguido, aí devo amar mais e mais. Quando fofocam sobre mim ou quando
pessoas tramam contra mim, aí devo depositar mais amor ainda! Percebo que eu
amo a Deus pouco, diante do tanto que Ele me ama. O meu desejo é que meu
coração arda em centelhas de amor por meu Deus e que essa centelha de amor se
espalhe pelo mundo. O mundo precisa ser contagiado pelo amor de Deus! E, desse
modo, o mundo jamais será o mesmo. Espero que consiga acender a faísca no seu
coração para que possamos, JUNTOS, em unidade, espalhar esse amor até os
confins do mundo.
No primeiro texto falamos
sobre o amor em estado ágape e eros da parte de Deus, uma vez que esse amor
impeliu a nossa criação. Falamos que Deus nos criou por amor. Ele nos amou
primeiro e devido este amor, nos criou. O fogo inefável vindo desse amor, como
dito por Santa Catarina de Sena, obrigou Deus a nos criar, para que pudéssemos
conhece-LO e participar de sua glória celeste por meio do amor. No texto da
semana passada, descrevemos o amor provado ao longo da história da salvação. E
o plano salvífico de Deus para o homem se tornou perfeito através de mais uma
prova de amor: a encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo no seio da virgem
Maria. É o próprio amor que se torna figura humana, uma vez que Deus é amor! O
amor é, agora, uma pessoa!
E Deus, não contente com
todas as demonstrações de amor anteriores, não para por aí e continua a provar
o seu amor pelos homens ao longo do tempo.
E o amor, que havia
assumido figura humana, torna-se uma outra figura. Nós, meros seres humanos,
achamos que para representar o amor devemos traçar/desenhar o sinal de um
coração. Nós, em nossa inocência, achamos que o coração simboliza e representa
bem o amor. Porém, há uma frase cabível e que carrega uma verdade absoluta: “Pensei que o amor tivesse formato de
coração, mas ele tem formato de cruz”. Sim, o amor que assumiu figura
humana foi provado num madeiro, numa cruz. Essa cruz que fora fabricada com os
meus pecados e com os seus também. Esse Deus tão grande que aceitou morrer de
forma tão vexatória por mim e por você. Ele que abraçou livremente a paixão
para que nós tivéssemos vida e vida em abundância (João 10, 10). Esse amor que
é a maior prova de amor de todos os tempos, afinal de contas, Deus deu seu
filho único em nosso lugar (João 3, 16). O padre Roger Araújo afirma que “ali na cruz, Ele estava gritando e
expressando com Sua vida o tanto que Deus nos ama. E quando olhamos para esse
mesmo Jesus, Nosso Deus amado, encarnado, vivo no meio de nós, estejamos certos
de que Ele não está no meio de nós para nos condenar, nem para apontar o dedo
para nós, nem para nos dizer que somos errados. Ele está no meio de nós para
nos salvar!”. Embora secular, há uma frase que afirma que o “maior ‘eu te amo’ da história foi dito no
silêncio da cruz”.
A exortação apostólica “EVANGELICA TESTIFICATIO” escrita pelo
papa Paulo VI, afirma que a cruz é a prova do maior amor. Este documento, o
saudoso papa afirma: “Que a cruz seja
para vós, a prova do maior amor, como o foi para Cristo” (1). Na
crucificação, é a demonstração desse amor, em seu auge, em seu ápice. Mas o
amor não para aí. Na cruz ele suporta todos os sofrimentos, por mim, por ti,
por todos nós, como se cada ser humano fosse único, pois de fato o é, e ainda
mais para Quem nos quis e amou antes mesmo da constituição do mundo (cf. Ef 1,
4), segundo o que afirma também o padre Paulo Ricardo. Santo Tomás de Aquino
afirma que a prova dada por Jesus na cruz foi a maior dor da humanidade. “De todas essas causas consideradas em seu
conjunto, fica evidente que a dor de Cristo foi a maior." [2]
Porém, o amor não parou
numa cruz. O amor não ficou pregado na cruz e não acabou ai. Senão, seria vazia
a nossa fé, a nossa esperança. O amor de Deus supera todos os limites cabíveis,
uma vez que o amor de Deus por nós venceu e ultrapassou a morte, para que se
tornasse, de fato, eterno. O amor não ficou limitado à cruz. Ele vence!
O amor de Deus continua
também na Ressurreição. A morte não conseguiu segurar tamanho amor e o sepulcro
vazio ficou pois o Senhor ressuscitou, Aleluia! Ele vive e vivo está para
continuar a nos amar! Que amor é esse!
Porém, o amor de Deus
ainda continua sendo provado por meio de Jesus. Esse amor que nos criou, que
fez aliança com os homens ao longo da história da salvação, esse amor que
assumiu figura humana, esse amor que morreu por nós, esse amor que ressuscitou
e vive eternamente, agora é infundido em nossos corações. Através do
Pentecostes, festa que nós celebramos no último domingo, é o amor de Deus
através de Jesus Cristo é infundido em nossos corações por meio do Espírito Santo.
“O amor de Deus foi infundido nos nossos
corações mediante o Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Através
dessa prova de amor, concreta e real, a Trindade faz morada em Deus! “O meu Pai o amará e a ele nós viremos e
nele faremos morada” (Jo 14,23). A partir disso nós então nos tornamos
participantes da natureza divina, participantes do amor de Deus. Somos,
portanto, “partícipes da natureza divina”
(2 Pd 1,4). Padre Raniero afirma que encontramo-nos por graça, explica São João
da Cruz, dentro do vórtice de amor que flui desde sempre na Trindade entre o
Pai e o Filho.
E esse amor continua...
1-
EVANGELICA TESTIFICATO –Sobre a renovação
da vida religiosa segundo os ensinamentos do Concílio.
2-
Suma Teológica, III, q. 46, a. 6
(Wesley
Fernandes Fonseca – Minions Católicos)
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