E aí, meus queridos
amigos. Tudo bem com vocês? Estamos
aprofundando nos estudos à respeito do amor de Deus. E a cada passo dado em
direção ao aprofundamento desse amor, mais percebo que desejo amar mais ainda.
A cada leitura e reflexão sobre o amor de Deus por cada um de nós, sobre o amor
de Deus por mim e por você, tenho a convicção de que preciso amar com mais
intensidade, amar com mais vontade. Sinto que ainda amo pouco, diante daquilo
que sou amado por Deus. Desejo que meu coração seja inteiramente consumido por
esse amor, para que, então, eu possa amar verdadeiramente. Emanado no amor,
possa emanar amor ao próximo. Que assim seja!
Na última semana
abordamos sobre o amor, que se fez Verbo por meio da encarnação, morreu por
cada um de nós, suportando a dolorosa Paixão. Jesus, o filho de Deus, foi enviado
ao mundo para viver em tudo a condição humana, com exceção do pecado e num ato
de amor, livre e espontâneo, não bastando ter se encarnado, morreu por cada um
de nós para que tivéssemos vida, e vida plena.
Além disso, no texto da
semana passada falamos sobre mais uma demonstração do amor de Deus por nós ao
enviar o Espírito Santo, tal como celebramos na grandiosa festa de Pentecostes.
Através do envio do Espírito Santo, somos impulsionados por esse amor para
anunciar a Boa Nova à todas as nações, somos santificados por meio desse
Espírito e congregados num só amor. O Espírito Santo nos torna participantes da
natureza divina, participantes do amor divino.
Ao longo dessa série de
estudos falamos muito sobre as demonstrações práticas de como Deus nos ama: Ele
que nos cria por amor, que prova seu amor ao longo da história da salvação, que
envia seu Filho único para morrer por nós, que Ressuscita o Filho Amado para
nos dar a vida eterna devido ao fato de sermos co-herdeiros do céu mediante a
graça de Cristo, Jesus, além de sermos batizados com o Espírito Santo que nos
une e nos santifica. Porém, de nada vale as provas de amor de Deus por cada um
de nós se nós, por contrapartida, não fizermos uma experiência com o divino. De
nada adianta sabermos que Deus nos ama, se não fizermos uma experiência com
Ele. E, a fim de nos encontrarmos com Ele de maneira digna, é necessário que
façamos também uma experiência de amor. No entanto, a experiência de amor
pressupõe uma experiência concreta de fé! Sim, toda experiência de amor requer
FÉ! Para experimentar o amor é necessário que se tenha FÉ! Por exemplo: digamos
que você esteja apaixonado(a). E digamos que a recíproca é verdadeira, ou seja,
a pessoa também está apaixonada (o) por ti. Porém, você não vê de fato esse
amor. Esse amor é invisível. Você, no máximo, vê sinais ou demonstrações desse
amor através de atitudes e obras, sendo estas, portanto, provas de amor.
Contudo, o amor, per se não é visto.
Você consegue observar os olhos da pessoa amada que vibram no momento da sua
chegada, você consegue observar as mãos trêmulas, o coração acelerado, o
nervosismos presente. Isso tudo é amor. Mas, para de fato experimentar e se
lançar à esse amor, você precisa crer que ele está presente. Porque você não o
viu, mas observou suas provas. Aí está portanto o que também devemos fazer em
relação ao amor de Deus! Á partir do momento em que observamos suas
demonstrações de amor por cada um de nós, provadas ao longo de toda história da
salvação, tal como abordamos nos textos anteriores, devemos crer nesse amor. E
depois? AMÁ-LO de volta!
Ora, isso não o que Jesus
nos pede? Porém, para amar à Deus sobre todas as coisas é necessário fazer esse
ato de fé e acreditar no amor de Deus! Devemos fazer tal como o evangelista
João ao dizer: “Nós acreditamos no amor
que Deus tem por nós!” (1 Jo 4,16). Posteriormente, ao acreditar nesse amor
é possível afirmar que “Deus é amor”
(1 João 4, 10). E amar como Deus nos ama e depois, amar uns aos outros (1 João
4, 11).
Porém, essa fé deve ser
diferencial. Tudo começa a partir da experiência de fé, ou seja, de acreditar
nesse amor. Segundo o padre Raniero Cantalamesa, devemos ter uma “fé estupor, a fé incrédula (um paradoxo,
eu sei, mas verdadeiro!), a fé que não
sabe entender daquilo em que crê, mesmo crendo”. Devemos ter uma atitude de
fé que também faça-nos questionar: “Como
é que Deus, plenamente feliz em sua eternidade, quis nos criar? E além disso,
como Ele quis vir em Pessoa sofrer em nosso meio? Como isso é possível?” E
o amor é a resposta.
C. S. Lewis, autor do
famoso best-seller “As Crônicas de Nárnia” também escreveu um livro intitulado
“As Cartas do Coisa-Ruim” no qual retrata uma comunicação, através de cartas,
entre dois diabos, sendo um mais velho e experiente e outro diabo mais novo e
inexperiente. Num dado momento, eles discutem não entendendo como Deus possa
amar suas criaturas e desejar a liberdade deles. Eles dizem, a certa altura da
discussão, que foi essa falta de entendimento que fez com que Lúcifer se
afastasse de Deus. O amor de Deus pelas criaturas é o mistério dos mistérios
para eles.
Convenhamos, farei aqui
uma pergunta e seja sincero em sua resposta! Você realmente acredita, piamente,
no amor de Deus por você? Você sente esse amor presente o tempo todo? Você se
sente amado plenamente por Deus? Você já teve dúvidas de que Deus te amasse? No
momento de dor, de luto, de perda, você já desacreditou nesse amor de Deus?
Você sente que Deus ama suas criaturas mesmo vendo pessoas marginalizadas,
sofrendo e com dificuldades?
Irmãos, a verdade é que
se acreditássemos, DE VERDADE, no amor de Deus por nós, não precisaríamos
mendigar outros amores. Se acreditássemos de verdade no amor de Deus, nossa
vida seria diferente. Como afirma o padre Raniero, “se acreditássemos, a vida, nós mesmos, as coisas, os fatos, a própria
dor, tudo se transfiguraria rapidamente diante dos nossos olhos! Hoje mesmo
estaríamos com ele no paraíso, porque o paraíso é isso: gozar da plenitude do
amor de Deus.”
O mundo precisa saber
desse amor. Esse amor que nos amou primeiro! Esse amor que nos criou. O mundo
precisa saber que esse amor criou o mundo!
Há uma canção que diz:
“Se compreendesses como te amo
Se conhecesses como te amo
Deixarias de viver sem amor
Se soubesses como te amo
Se entendesses como te amo
Deixarias de Mendigar qualquer amor
Se compreendesses como te amo, como te amo
Serias mais feliz”
(Se
compreendesses o dom de Deus – Adriana Arydes)
E por mais que você
duvide ou não se sinta amado, NADA te separará do amor de Deus! “Quem nos separará do amor de Cristo? Será a
tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Mas
em todas essas coisas nós somos mais que vencedores, em virtude daquele que nos
amou” (Rm 8, 35-37). São Paulo enfrentou diversas adversidades, mas jamais
deixou de ter fé no amor de Deus, de experimentá-lo e de anunciar esse amor
maior às nações!
Tá esperando o que pra
dizer ao mundo que Deus te ama?
(Wesley Fernandes Fonseca – Minions Católicos)
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