O amor de Deus - Parte 4

E aí, meus queridos amigos. Tudo bem com vocês?  Estamos aprofundando nos estudos à respeito do amor de Deus. E a cada passo dado em direção ao aprofundamento desse amor, mais percebo que desejo amar mais ainda. A cada leitura e reflexão sobre o amor de Deus por cada um de nós, sobre o amor de Deus por mim e por você, tenho a convicção de que preciso amar com mais intensidade, amar com mais vontade. Sinto que ainda amo pouco, diante daquilo que sou amado por Deus. Desejo que meu coração seja inteiramente consumido por esse amor, para que, então, eu possa amar verdadeiramente. Emanado no amor, possa emanar amor ao próximo. Que assim seja!
Na última semana abordamos sobre o amor, que se fez Verbo por meio da encarnação, morreu por cada um de nós, suportando a dolorosa Paixão. Jesus, o filho de Deus, foi enviado ao mundo para viver em tudo a condição humana, com exceção do pecado e num ato de amor, livre e espontâneo, não bastando ter se encarnado, morreu por cada um de nós para que tivéssemos vida, e vida plena.
Além disso, no texto da semana passada falamos sobre mais uma demonstração do amor de Deus por nós ao enviar o Espírito Santo, tal como celebramos na grandiosa festa de Pentecostes. Através do envio do Espírito Santo, somos impulsionados por esse amor para anunciar a Boa Nova à todas as nações, somos santificados por meio desse Espírito e congregados num só amor. O Espírito Santo nos torna participantes da natureza divina, participantes do amor divino.
Ao longo dessa série de estudos falamos muito sobre as demonstrações práticas de como Deus nos ama: Ele que nos cria por amor, que prova seu amor ao longo da história da salvação, que envia seu Filho único para morrer por nós, que Ressuscita o Filho Amado para nos dar a vida eterna devido ao fato de sermos co-herdeiros do céu mediante a graça de Cristo, Jesus, além de sermos batizados com o Espírito Santo que nos une e nos santifica. Porém, de nada vale as provas de amor de Deus por cada um de nós se nós, por contrapartida, não fizermos uma experiência com o divino. De nada adianta sabermos que Deus nos ama, se não fizermos uma experiência com Ele. E, a fim de nos encontrarmos com Ele de maneira digna, é necessário que façamos também uma experiência de amor. No entanto, a experiência de amor pressupõe uma experiência concreta de fé! Sim, toda experiência de amor requer FÉ! Para experimentar o amor é necessário que se tenha FÉ! Por exemplo: digamos que você esteja apaixonado(a). E digamos que a recíproca é verdadeira, ou seja, a pessoa também está apaixonada (o) por ti. Porém, você não vê de fato esse amor. Esse amor é invisível. Você, no máximo, vê sinais ou demonstrações desse amor através de atitudes e obras, sendo estas, portanto, provas de amor. Contudo, o amor, per se não é visto. Você consegue observar os olhos da pessoa amada que vibram no momento da sua chegada, você consegue observar as mãos trêmulas, o coração acelerado, o nervosismos presente. Isso tudo é amor. Mas, para de fato experimentar e se lançar à esse amor, você precisa crer que ele está presente. Porque você não o viu, mas observou suas provas. Aí está portanto o que também devemos fazer em relação ao amor de Deus! Á partir do momento em que observamos suas demonstrações de amor por cada um de nós, provadas ao longo de toda história da salvação, tal como abordamos nos textos anteriores, devemos crer nesse amor. E depois? AMÁ-LO de volta!
Ora, isso não o que Jesus nos pede? Porém, para amar à Deus sobre todas as coisas é necessário fazer esse ato de fé e acreditar no amor de Deus! Devemos fazer tal como o evangelista João ao dizer: “Nós acreditamos no amor que Deus tem por nós!” (1 Jo 4,16). Posteriormente, ao acreditar nesse amor é possível afirmar que “Deus é amor” (1 João 4, 10). E amar como Deus nos ama e depois, amar uns aos outros (1 João 4, 11).
Porém, essa fé deve ser diferencial. Tudo começa a partir da experiência de fé, ou seja, de acreditar nesse amor. Segundo o padre Raniero Cantalamesa, devemos ter uma “fé estupor, a fé incrédula (um paradoxo, eu sei, mas verdadeiro!), a fé que não sabe entender daquilo em que crê, mesmo crendo”. Devemos ter uma atitude de fé que também faça-nos questionar: “Como é que Deus, plenamente feliz em sua eternidade, quis nos criar? E além disso, como Ele quis vir em Pessoa sofrer em nosso meio? Como isso é possível?” E o amor é a resposta.
C. S. Lewis, autor do famoso best-seller “As Crônicas de Nárnia” também escreveu um livro intitulado “As Cartas do Coisa-Ruim” no qual retrata uma comunicação, através de cartas, entre dois diabos, sendo um mais velho e experiente e outro diabo mais novo e inexperiente. Num dado momento, eles discutem não entendendo como Deus possa amar suas criaturas e desejar a liberdade deles. Eles dizem, a certa altura da discussão, que foi essa falta de entendimento que fez com que Lúcifer se afastasse de Deus. O amor de Deus pelas criaturas é o mistério dos mistérios para eles.
Convenhamos, farei aqui uma pergunta e seja sincero em sua resposta! Você realmente acredita, piamente, no amor de Deus por você? Você sente esse amor presente o tempo todo? Você se sente amado plenamente por Deus? Você já teve dúvidas de que Deus te amasse? No momento de dor, de luto, de perda, você já desacreditou nesse amor de Deus? Você sente que Deus ama suas criaturas mesmo vendo pessoas marginalizadas, sofrendo e com dificuldades?
Irmãos, a verdade é que se acreditássemos, DE VERDADE, no amor de Deus por nós, não precisaríamos mendigar outros amores. Se acreditássemos de verdade no amor de Deus, nossa vida seria diferente. Como afirma o padre Raniero, “se acreditássemos, a vida, nós mesmos, as coisas, os fatos, a própria dor, tudo se transfiguraria rapidamente diante dos nossos olhos! Hoje mesmo estaríamos com ele no paraíso, porque o paraíso é isso: gozar da plenitude do amor de Deus.”
O mundo precisa saber desse amor. Esse amor que nos amou primeiro! Esse amor que nos criou. O mundo precisa saber que esse amor criou o mundo!
Há uma canção que diz:
“Se compreendesses como te amo
Se conhecesses como te amo
Deixarias de viver sem amor

Se soubesses como te amo
Se entendesses como te amo
Deixarias de Mendigar qualquer amor

Se compreendesses como te amo, como te amo
Serias mais feliz”
(Se compreendesses o dom de Deus – Adriana Arydes)
E por mais que você duvide ou não se sinta amado, NADA te separará do amor de Deus! “Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Mas em todas essas coisas nós somos mais que vencedores, em virtude daquele que nos amou” (Rm 8, 35-37). São Paulo enfrentou diversas adversidades, mas jamais deixou de ter fé no amor de Deus, de experimentá-lo e de anunciar esse amor maior às nações!
Tá esperando o que pra dizer ao mundo que Deus te ama?

(Wesley Fernandes Fonseca – Minions Católicos)

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