O amor manifestado pelo Sagrado Coração de Jesus

E aí, meus queridos amigos. Tudo bem com vocês? Adentramos o mês de julho. Já passamos da metade do ano, graças à Deus. E aí, como em sido esse ano para você? Você tem cumprido e vivido os propósitos de Deus sobre sua vida? Tem estado mais perto de alcançar a santidade que Deus quer para você?

A Igreja dedicou o último mês à devoção especial ao Sagrado Coração de Jesus. Esta é uma devoção antiga e muito bonita dentro da nossa Igreja. Refletir sobre o Sagrado Coração de Jesus é pensar no grandioso amor de Cristo por nós. Esse amor que é tão grande que explode do peito. Você já reparou que na imagem do Sagrado Coração de Jesus, o mestre nos aponta para o vosso coração que está fora do corpo? Essa imagem sempre me intrigou desde pequeno. Quando criança, pensava no porquê daquela imagem retratar um coração desse modo. Afinal de contas, um coração fora do corpo não pode sobreviver. Porém, quando mais adulto, pude entender que esse coração retratado para fora do peito é para nos mostrar esse amor tão grande que não cabe dentro de si. Esse amor que vence e triunfa sobre tudo, até mesmo sobre a morte. Jesus nos aponta para o seu sagrado coração para indicar que o amor é o caminho para a salvação, que através do coração d´Ele nós encontraremos o amor que tanto procuramos por aí. Através do seu amor é que fomos salvos e é através do seu amor é que encontraremos também a felicidade e a santidade.

Porém, muitos não compreender como podemos apreciar a devoção ao Sagrado coração de Jesus. O próprio nome, num primeiro momento, chega a soar como estranho. Como assim: “Sagrado Coração”. Sim, o coração de Jesus não é um órgão meramente humano, embora estivesse num corpo humano. O fato é que a Teologia da Revelação nos ensina que Jesus é 100% humano e 100% Deus. Jesus tem o coração humano e divino. Por isso, nós adoramos o coração de Jesus. E por isso que nós temos confiança nesse coração!

O papa Pio XII escreveu em sua encíclica Haurietis Aquas em 1956 que o culto ao Sagrado Coração de Jesus “não teve a sua origem a revelações privadas, nem apareceu de improviso na Igreja”. Mais ainda, escreve que o culto está firmada na doutrina da Igreja. A união hipostática de Cristo, ou seja, a união da natureza humana e a natureza divina, é um mistério, e faz com que a carne de Cristo seja adorada não somente por ela mesma, mas porque o Verbo de Deus está na carne de Cristo, como afirma São João Damasceno (1). São Tomás de Aquino chega a afirmar que adorar a carne de Cristo é adorar o Verbo de Deus encarnado (2). E adorar o coração de Cristo é adorar à Deus devido a sua imensa caridade para com a humanidade, como afirma Pio XII.

Santo Afonso de Ligório escreve bastante à respeito do Sagrado Coração de Jesus. É lindo ver como a devoção cresceu e nós a mantemos até hoje.

A origem também da devoção é dado através da manifestação de Jesus á Santa Margarida à partir do ano de 1673. Porém, os primeiros escritos refletindo sobre o Sagrado Coração de Jesus baseado no trecho em que João reclina a cabeça sobre o peito do Mestre durante a última ceia. Diz Santo Agostinho que João “bebeu os “segredos sublimes das profundidades mais íntimas do Coração de Nosso Senhor”.

Diversas outras Encíclicas foram escritas à respeito do Sagrado Coração de Jesus, como “Annum Sacrum”, de Leão XIII, “Miserentissimus Redemptor”, de Pio XI e outras.

Mas, o que mais que chama a atenção também na devoção ao sagrado Coração de Jesus é que o coração é retratado também com uma cruz, espinhos e chamas de fogo. Além disso, se repararmos bem há uma ferida aberta nesse coração.

Os espinhos, juntamente com a cruz, referem-se à crucificação de Jesus, o qual foi coroado com uma coroa de espinhos e pregado numa cruz romana. Mas a ferida aberta é a que mais me faz refletir. A ferida aberta no coração de Jesus remete à lança que o transpassou quando já estava pregado e erguido na cruz, numa divisão entre o céu e a Terra, com os braços erguidos para nos salvar. O solado, sem piedade, abre o lado de Jesus a fim de se certificar que Ele realmente estava morto. Com a lança, ele transpassa o nosso Rei. Com certeza, a lançada é dada violentamente uma vez que rasgou a carne, passou no meio das costelas de Jesus e chegou até o lado posto. E esse coração ficou aberto! Desse coração aberto, o sangue salvador jorrou!

Após a morte e ressurreição de Cristo, Ele mesmo diz ao discípulo incrédulo: “Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente” (João 20, 27). Esse coração que tanto nos ama deixou ser golpeado, chagado, aberto, para jorrar amor!

Santa Catarina de Sena pergunta ao Senhor Jesus: “Por que então, permitiste que Teu Coração fosse ferido e aberto com tanta violência?”.

Jesus respondeu: “Eu tinha várias razões, mas vou lhe dizer a principal. Meu amor pelo gênero humano era infinito, enquanto os tormentos e os sofrimentos que eu suportava eram finitos. Já que meu amor é infinito, eu não podia por este sofrimento manifestar o quanto te amo. Por isso, mostrando meu lado aberto, eu queria que vissem o segredo do meu coração: que eu amava vocês muito mais do que eu podia mostrar com o meu sofrimento finito”

Que o Sagrado Coração de Jesus triunfe e vença-nos da incredulidade e da nossa falta de amor para com Jesus e com os irmãos. Que possamos aprender com esse coração que não se cansa de amar! Amemo-nos!

1-    São João Damasceno, De Fide Orthodoxa, IV, 3 (PG 94, 1105).

2-    Suma Teológica, III, q. 25, a. 2.

Wesley Fernandes Fonseca - Minions Católicos 1.0