Como devemos rezar e como entender quando Deus não ouve nossas orações



E aí, meus queridos amigos. Tudo bem com vocês? Que a paz de Cristo esteja em nossos corações.
Muitas vezes nos questionamos onde está Deus e o porquê dEle não ouvir as nossas orações. Muitas vezes imploramos à Deus nossas vontades, suplicamos ao Pai que Ele nos atenda. Porém, muitas vezes, parece que Deus não nos ouve e nossa fé é colocada em cheque.
Em outras vezes, tentamos conversar com Deus pedindo uma luz e que Ele fale conosco. No entanto, em algumas ocasiões encontramos silêncio como resposta.
É necessário que possamos entender que o nosso Deus é um Deus do impossível, que é capaz sim de realizar prodígios e maravilhas em nossa vida, que Ele é capaz de operar milagres. Porém, é necessário entendermos também que Ele é capaz de dizer “NÃO” muitas vezes e que o silêncio também é resposta. Mais ainda: é necessário entendermos, acima de tudo, que Deus é Deus e sempre será Deus, para todo o sempre, e que o milagre acontece porque Ele QUER e QUANDO quer. Como diz uma canção: “Não é quando eu quero, nem como eu quero, Deus sabe o que é melhor para mim”. Certa vez, ouvi o padre Fábio dizer que Deus não deve ser aquele que atende todos os nossos desejos e vontades. E ele tem razão.
Não podemos considerar Deus como sendo um mero milagreiro que é obrigado à atender nossos desejos e vontades. Sobretudo, quando NÓS quisermos. Não é mágico e nem tampouco feitor de nossas vontades. É importante entendermos que Deus age como Pai. E é assim que Ele demonstra o seu amor para conosco: dizendo não muitas vezes. É igual àquela mãe que nega, por diversas vezes, o pedido do filho de comer bolo de cenoura com chocolate todos os dias. A mãe nega pois sabe que não é saudável para o filho. Ela sabe que o filho necessita de uma dieta balanceada e também comer legumes e verduras ao invés de só se alimentar com bolo de cenoura com chocolate. E é por isso que a mãe nega! Para o crescimento do filho.
Outro ponto que devemos considerar é que não é a nossa vontade que deve prevalecer, mas sim a vontade de Deus. Nós não devemos rezar pedindo para que Deus mude sua vontade suprema e atenda às nossas vontades. Somos nós que devemos rezar pedindo uma verdadeira conversão a fim de que tenhamos entendimento que a vontade de Deus é melhor que a nossa e que devemos compreender isso pela ótica do amor! Na verdade, as nossas orações devem ser baseadas por meio de que, um dia, a nossa vontade coincida com a vontade de Deus, e isso nos basta. Através desse modo, podemos compreender que queremos aquilo que Deus quer para nós. E não há nada mais belo que isso: querer o que Deus quer!
Muitas vezes estamos querendo viver o contrário de Deus. E não há vida pior que isso, pois vivemos contrários à vontade daquele que nos ama mais que a nós mesmos, que nos ama antes mesmo que fossemos formados (Jeremias 1, 5).
Outro ponto que devemos entender: que apesar de sermos tão pecadores, apesar de até mesmo não merecermos, Deus ouve nossas orações.
Ao lermos as Escrituras, temos prova de que Deus ouve as nossas súplicas, mesmo diante dos nossos pecados, tal como a parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18, 9-14), no episódio do Bom Ladrão (Lucas 23, 39-43) e tantos outros.
São Tomás de Aquino afirma que “a oração, afora o efeito do consolo espiritual que traz no momento em que é feita, possui dupla virtualidade quanto ao efeito futuro: a de merecer e a de impetra”. O doutor da Igreja afirma ainda: “A fé é necessária da parte de Deus, a quem oramos, isto é, que creiamos poder conseguir d'Ele o que pedimos" (Suma Teológica, II-II, q. 83, a. 15). É necessário entender que o valor impetratório é a eficácia da oração com relação à fé. Já o valor de mérito é baseado quando estamos firmados na “caridade, cujo objeto próprio é o bem eterno que merecemos gozar"(Suma Teológica, II-II, q.83, a. 15). Não é questão de merecer. É questão de entender se a nossa oração está fundamentada na caridade.
São Tomás de Aquino ainda chega a afirmar que a oração sem a graça santificante não é meritória. Ou seja, devemos rezar sempre pensando se nossos desejos em oração contribuem para nossa santificação.
E aí, nas suas orações, você está firmado na caridade? E os seus desejos à Deus contribuem para sua santificação?

Wesley Fernandes Fonseca – Sentinelas do Humor

Comentários